Segmento voltado a radioescutas, DXistas e radioamadores que relatam sua trajetória no rádio, eles mesmos, com suas próprias palavras. A gratidão a estes que gentilmente compartilham sua vida na radio-comunicação, estimulando a tantos outros que seguem o mesmo caminho.
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Michel Viani, Osasco SP
MICHEL VIANI
Osasco SP
Meu nome é Michel Viani. Nasci em 1968, na cidade de Osasco, estado de São Paulo, onde resido até os dias atuais.
Minha vida como radioescuta se mistura com minha paixão pelo receptor de rádio, pelo eletromagnetismo e pela eletrônica em geral.
Eu nasci e cresci em meio ao rádio. Meus pais sempre gostaram de ouvir rádio e meu pai também sempre gostou de ouvir Ondas Curtas. Quando ainda muito pequenino, me recordo bem de vê-los ouvido a programação do rádio. Entretanto, eu considero o meu primeiro contato de fato com o rádio a grata experiência que tive aos cinco anos de idade.
Estava na casa da minha avó materna e fiquei muito curioso com o pequenino rádio que estava nas mãos de um saudoso tio. Quando comecei a questioná-lo para que me mostrasse o aparelhinho, ele simplesmente me deu o rádio. Deu-me de presente! Era um radinho AM da Sharp, novinho em folha.
Muito feliz, levei o presente para casa e comecei a ouvi-lo até que as pilhas se acabaram. Vendo que eu deixara o pequeno radinho de lado por não mais falar, meu pai colocou pilhas novas e o me entregou novamente, dando algumas explicações sobre o rádio e sobre as emissoras. A partir de então, meu interesse pelo rádio se tornou algo realmente mais palpável.
Estava sempre com meu radinho por perto e comecei também a acompanhar meu pai quando ele ia ouvir o velho Flórida valvulado que ele tinha. Muitas vezes, estava passando com um carrinho pelo corredor da casa e quando via que meu pai se preparava para mexer no rádio dele, eu largava o brinquedo e ficava por perto, para vê-lo mexer no rádio.
Muito embora na época meu pai fosse bibliotecário, ele tinha também um curso de radio técnico e conhecia bem as válvulas. Uma das diversões dele, além de ouvir, era mexer no circuito do rádio para procurar melhorar o seu desempenho. Durante estes anos, por muitas vezes eu o acompanhei nas suas escutas e sempre conversávamos sobre coisas ligadas ao rádio. Foram nestas ocasiões que eu comecei a conhecer as diversas emissoras nacionais e internacionais que transmitiam em Ondas Tropicais e Curtas.
Lembro-me como se fosse hoje da enorme long wire de 30 metros que tínhamos em casa. Um mastro na frente da casa e o outro no final do terreno. Eu adorava ficar olhando para aquela long wire, imaginando o mundo todo que ela era capaz de captar. Algo realmente fascinante para um garoto sonhador como eu sempre fui.